Existe um modo correto para se alimentar?
- Dani Pini
- 14 de jul. de 2020
- 3 min de leitura
Atualizado: 12 de mai. de 2022
Muitas pessoas procuram o apoio de um Nutricionista para aprender a comer mais “corretamente”. Buscam orientações para emagrecer e sobre quais alimentos são “permitidos” e quais são “proibidos”, e também querem entender quando e quanto podem comer de cada um deles (em termos porções, calorias, etc.).
E se eu te disser que existe uma abordagem da Nutrição que trabalha totalmente diferente a isso? Há uma abordagem – denominada “Comer Intuitivo” – em que o maior especialista no processo de comer é a própria pessoa. Esta abordagem parte do pressuposto (cientificamente comprovado) de o corpo tem uma “sabedoria interna” que orienta cada pessoa no que e quanto comer.
Esse termo “Comer Intuitivo” foi criado por duas nutricionistas americanas: Evelyn Tribole e Elyse Resch, tendo como base mais de 80 estudos científicos que comprovam sua eficácia.
Nos re-ensina a ouvir o nosso corpo, sentir os sinais de fome e saciedade quando nos alimentamos. Nascemos conectados com nossas necessidades, mas ao longo da vida essa conexão vai se perdendo em meio a tantas “regras” sobre o quê, quando e quanto comer. O objetivo do “Comer Intuitivo” é restaurar essa conexão.
A proposta é ensinar as pessoas a comerem com base aos sinais internos do corpo – para que sejam menos influenciadas pela racionalização e por fatores externos (como dietas, padrões estéticos, contagem de calorias, etc.).
O maior especialista no corpo é o próprio paciente, pois só ele sabe exatamente o que sente (quanta fome está sentindo, que tipo de alimento seu corpo está precisando, quais emoções e pensamentos está tendo). Assim sendo, nenhuma dieta será capaz de definir o que o paciente precisa, mais do que ele próprio.
Alguns de nossos pacientes temem essa liberdade toda do Comer Intuitivo imaginando que não vão conseguir controlar o que comem. Neste momento é que entram os 3 princípios do Comer Intuitivo.
Permissão incondicional para comer, ou seja, não há a divisão de alimentos permitidos e proibidos. Sabemos que proibir um alimento acabam desencadeando maior desejo de comê-lo (tanto físico quanto psicologicamente – pela desnutrição e sentimento de privação), resultando em quadros de exagero e, até mesmo, de compulsão alimentar. Todos são permitidos desde que se respeitem os 2 seguintes princípios;
Comer para atender as necessidades fisiológicas e não emocionais. Nesse caso é importante entender os gatilhos que levam a comer para lidar com as emoções;
Prestar atenção aos sinais internos de fome e saciedade para decidir o que, quanto e quando comer. E quando parar de comer.
É preciso entender de vez que dietas restritivas não funcionam. Pode haver emagrecimento a curto prazo, porém, há estudos que comprovam apenas 5% de quem faz dieta consegue manter o peso.
Não precisamos passar a vida toda sendo guiada por alguém que decide o que vamos comer, quando e como. É melhor caminho é reaprender a ouvir os sinais do seu corpo.
Escolher o que comer sem julgar o alimento se é bom ou ruim, permitido ou proibido é o início do aprendizado para resgatar o prazer de comer e não sentir culpa após alimentar-se.
E você, como está sua relação com a comida? Para te ajudar a entender, reflita sobre as questões abaixo:
Você não percebe quando está com fome e saciada?
Ao sentir fome você acaba não comendo?
Ao se sentir satisfeita você não consegue parar de comer?
Você acaba comendo quando se sente triste, ansiosa, sozinha, com raiva ou tédio?
Se respondeu SIM para alguma dessas questões é possível que precise melhorar seu comer intuitivo. Esse processo de autoconhecimento é a chave para entender e devolver a sua boa relação com a comida.
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Texto baseado na obra:
TRIBOLE, Evelyn, RESCH, Elyse. The Intuitive Eating Workbook : Ten Principles for Nourishing a Healthy Relationship with Food.
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