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Lidando melhor com as emoções...

  • Foto do escritor: Juliana Graminho
    Juliana Graminho
  • 10 de ago. de 2022
  • 4 min de leitura

Atualizado: 7 de mar. de 2023

O que você faz quando é invadida por suas emoções? Quando se sente muito irritada, triste, preocupada, com raiva ou com qualquer emoção que te acomete? Toma atitudes que te ajudam a "digeri-las" ou que acabam te deixando pior depois?


Cuidar das emoções e aprender a lidar com elas é um dos pilares centrais para termos uma boa relação com a comida. Isso por que a maioria dos exageros alimentares que testemunhamos ocorre devido a um comer emocional: quando aliviamos nossas emoções comendo.




As emoções têm um papel importante em nossa adaptação ao mundo e até na nossa sobrevivência. Elas acontecem por uma descarga de substâncias químicas em nossa corrente sanguínea produzidas pelo nosso corpo - que chegam ao cérebro para avisar que estamos diante de uma situação desconhecida e/ou ameaçadora. As emoções podem ocorrer diante de ameaças presentes ou potenciais, reais ou imaginárias. A grande função de cada emoção é preparar nosso corpo para agir diante dessas mudanças e ameaças. Elas são necessárias como "semáforo" ou um sinal de que algo está abalando nosso equilíbrio (homeostase), e que, portanto, precisamos tomar alguma providência. Isso acontece o tempo inteiro, porque estamos inseridas em um ambiente dinâmico - cada vez mais complexo, incerto e mutável. Então, a primeira coisa que é importante entendermos é que as emoções, embora temidas, são nossas aliadas, pois sinalizam perigos e mudanças no contexto.


Imagine se diante de uma ameaça não sentíssemos nada! Ficaríamos inertes ou não teríamos o senso de urgência necessário para agir. Assim sendo, podemos afirmar que a maioria das emoções serve para nos proteger. Obviamente, em casos mais críticos a reação emocional é desproporcional à realidade, resultante de algum trauma ou gatilho. Para esses casos, é necessário muitas vezes apoio profissional especializado.


Há várias estratégias para lidar com nossas emoções, sendo que algumas funcionam (trazendo alívio do que estamos sentindo) e outras nem tanto. Neste texto, abordaremos uma a uma, e ao final faremos uma análise de quais delas são eficazes ("funcionais") e quais são ineficazes ou "disfuncionais". Veja a seguir:





1) Evitação: é a estratégia presente quando evitamos a situação/pessoa que nos faz sentir determinada emoção (por exemplo: não comparencendo a uma entrevista de emprego: o resultado é que o estresse e a ansiedade são evitados, mas na contrapartida não é possível conseguir o trabalho)


2) Distração: quando alguma emoção incômoda chega, buscamos algo para distrair a mente (por exemplo: estou com raiva de alguma situação e ligo uma série na TV)


3) Ruminação: ocorre quando ficamos "fritando" os motivos que causaram aquela emoção, e também suas consequências (como exemplo: quando ficamos muito tempo pensando no que poderia ter sido feito para não sentir a frustração de ter sido reprovado no vestibular)


4) Reavaliação Cognitiva: é quando conseguimos reinterpretar os eventos que nos acontecem e conseguimos nos sentir aliviados por isso (como exemplo: após a frustração de ter sido reprovado na entrevista de emprego, dar-se conta de que a vaga nem era tão boa quanto imaginava - por ser muito longe de casa)


5) Aceitação: não é aceitar o que acontece, mas é aceitar as emoções que nos visitam quando coisas acontecem (por exemplo: quando não tentamos nos livrar do que estamos sentindo, mas sim quando recebemos as emoções de forma aberta e não avaliativa, sabendo que todas as emoções são passageiras e parte de nossa natureza humana)


6) Resolução de Problemas: é pensar o que podemos fazer agora, dentro do que está ao nosso alcance e sob nosso controle. Não ficando presa no passado como na ruminação, nem ficando paralizada na incerteza do futuro. É lidar efetivamente com o problema que causou a emoção que estou sentindo, agindo na hora ou planejando objetivamente o que precisa ser feito (por exemplo: quando sentimos medo por um filho não estar bem de saúde, e levamos ele no Pronto Socorro)


7) Intervenção Fisiológica: é fazer algo para amenizar a emoção que tenha efeito e aja diretamente no corpo (como: tomar medicamentos, ingerir alimentos, exercícios físicos ou respiratórios)


8) Supressão Expressiva: ocorre quando buscamos inibir ou disfarçar o que estamos sentindo e o que estamos pensando, na tentativa de eliminar a emoção (como se isso fosse possível!) (como exemplo: aquelas práticas de auto-ajuda que nos ensinam a repetir frases positivas "eu sou alegria, eu sou harmonia, sou prosperidade" na tentativa de eliminar medos, raivas e preocupações.


9) Além dessas, há também outras estratégicas alternativas, como: apoio social (conversar, abraçar, desabafar), rezar, meditar, ouvir música, dançar, ficar sozinha, escrever sobre o que se sente, e, também com certeza a psicoterapia.


Uma reflexão aqui: quais dessas estratégias você acha que nos ajudam a lidar com as emoções de modo efetivo? Quais você utiliza mais frequentemente?




Estudos mostram que "Evitação", "Distração", "Ruminação" e "Supressão Expressiva" são estratégias fracas, nulas ou até pioram o quadro - gerando piora nas emoções incômodas que se está sentindo. As emoções evitadas ou suprimidas acabam retornando na maioria das vezes de forma mais intensa, ou ainda na forma de uma angústia (quando sentimos um vazio, ou quando sentimos um incômodo e não sabemos explicar o motivo), ou mesmo na forma de um excesso alimentar compensatório.


As estratégias que mais se mostraram eficazes foram Reavaliação Cognitiva, Aceitação e Resolução de Problemas. Como essas são estratégias de pensamento (requerem um trabalho de reflexão e reenquadre de nossos pensamentos), muitas vezes quando somos tomadas por emoções (repentinas e inevitáveis) não temos tempo de utilizá-las antes de um agravamento emocional. Assim, o que recomendamos como estratégia de "emergência" são os exercícios respiratórios, exercícios físicos, apoio social, ficar sozinha e rezar. E, para trabalhar isso tudo de modo mais profundo, logicamente a Psicoterapia.


Além disso, no Programa Comer Consciente trabalhamos a Gestão das Emoções, de modo teórico-prático e terapêutico, ajudando as mulheres a entenderem mais suas emoções e como lidar com elas, para que o comer emocional não afete negativamente sua vida.




Fonte: McRae, K., & Gross, J. J. (2020). Emotion regulation. Emotion, 20(1), 1-9. http://dx.doi.org/10.1037/emo0000703

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